O ser humano ao se mostrar aos outros ele pode TRANSPARECER ser algo que não é, ele pode FINGIR ser algo que gostaria de ser e acima de tudo ele pode SER o que os outros não querem, não aceitam ou não concordam, pela simples inexistência de respeito perante a diversidade. Ser, Transparecer ou Fingir ser, em qual dessas etapas será que esse blog me qualifica?!

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O dia seguinte


Como encarar olho no olho o “pós”?! Como encarar aquele que ardentemente antes nenhum pudor existia e me impedia de tocar?! O que antes eram beijos ardentes, olhares confiantes, toques ousados e carícias exploradoras, hoje é um desengonçado acanhamento.

Decidida ela se auto justifica: -Nada importa! Não tenho medo de escuro, nem da morte! Então um mero ser em nada me afetará. Sua mente ainda indecisa flui, amigos surgem e ocupam sua mente constrangida, com brincadeirinhas e risos e... PARA!

Numa fração de segundos ela fica tonta, seu coração parece não querer ajudar, ele para e a tira todo ar, suas mãos tremem, seu olhar não se decide, mente corre, se esconde, luta e tenta fugir, corpo fica! Fica e não sabe como agir, onde olhar? Chão pra cavar?! Ele passa... Então ele  ultrapassa sem pedir licença o seu medo do escuro e de morte descaradamente a fazendo-a tremer, ela olha, quer olhar, quer falar, dizer um oi, na verdade ela não quer falar. Ela quer ser chamada, olhada, lembrada, quer um novo segurar de mãos, quer ir até lá sem pudor e abraçar, sem ligar para o seu eu-prudente a reclamar.

Ele passou, não falou, ela travou e não olhou... Todo um pós-fictício é perdido em um simples olhar, talvez ele tenha sentido o mesmo desespero de não saber como agir, talvez ele não tenha visto, ou talvez ele não tenha nem ao menos sentido. Sua mente o desculpa involuntariamente e num piscar de olhos, quando seu coração já estava voltando a arritmia normal, com seu corpo menos rígido, ele volta, talvez até para dar aquele tão querido oi, e num ato impulsivo ao vê-lo em sua direção, covardemente ela vira, pega o fim da conversa dos seus amigos faz um comentário alto, todos riem e começam a comentar em cima de suas palavras, mas sua mente já não esta mais ali, aquele pretexto não era forte o suficiente para prender mente e corpo. Aquela que jamais suportaria ser ignorada. Ele diminui os passos em sua direção, ela não olha, mas quer virar ao sentir o desviar em seu andar. Alguém a pergunta algo, mas ela já não se encontra naquela conversa a muito tempo, seus olhos seguem indisfarçadamente o andar de volta daquele que deveria ser o seu tão grande pós... Aquele oi tão esperado, e que não foi... E no medo de ser ignorada... Acabou arrependidamente ignorando...

Como entender os medos do coração?!

(Ingrid Vita)