Como encarar olho no olho o
“pós”?! Como encarar aquele que ardentemente antes nenhum pudor existia e me
impedia de tocar?! O que antes eram beijos ardentes, olhares confiantes, toques
ousados e carícias exploradoras, hoje é um desengonçado acanhamento.
Decidida ela se auto justifica: -Nada
importa! Não tenho medo de escuro, nem da morte! Então um mero ser em nada me
afetará. Sua mente ainda indecisa flui, amigos surgem e ocupam sua mente
constrangida, com brincadeirinhas e risos e... PARA!
Numa fração de segundos ela fica
tonta, seu coração parece não querer ajudar, ele para e a tira todo ar, suas mãos
tremem, seu olhar não se decide, mente corre, se esconde, luta e tenta fugir,
corpo fica! Fica e não sabe como agir, onde olhar? Chão pra cavar?! Ele
passa... Então ele ultrapassa sem pedir
licença o seu medo do escuro e de morte descaradamente a fazendo-a tremer, ela
olha, quer olhar, quer falar, dizer um oi, na verdade ela não quer falar. Ela
quer ser chamada, olhada, lembrada, quer um novo segurar de mãos, quer ir até
lá sem pudor e abraçar, sem ligar para o seu eu-prudente a reclamar.
Ele passou, não falou, ela travou
e não olhou... Todo um pós-fictício é perdido em um simples olhar, talvez ele
tenha sentido o mesmo desespero de não saber como agir, talvez ele não tenha
visto, ou talvez ele não tenha nem ao menos sentido. Sua mente o desculpa
involuntariamente e num piscar de olhos, quando seu coração já estava voltando
a arritmia normal, com seu corpo menos rígido, ele volta, talvez até para dar
aquele tão querido oi, e num ato impulsivo ao vê-lo em sua direção,
covardemente ela vira, pega o fim da conversa dos seus amigos faz um comentário
alto, todos riem e começam a comentar em cima de suas palavras, mas sua mente
já não esta mais ali, aquele pretexto não era forte o suficiente para prender
mente e corpo. Aquela que jamais suportaria ser ignorada. Ele diminui os passos
em sua direção, ela não olha, mas quer virar ao sentir o desviar em seu andar. Alguém
a pergunta algo, mas ela já não se encontra naquela conversa a muito tempo,
seus olhos seguem indisfarçadamente o andar de volta daquele que deveria ser o
seu tão grande pós... Aquele oi tão esperado, e que não foi... E no medo de ser
ignorada... Acabou arrependidamente ignorando...
Como entender os medos do
coração?!
(Ingrid Vita)
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