Ou
me conheço muito bem ou sou previsível demais...
Acabo
de perceber que involuntariamente e sem que meu verdadeiro “eu” perceba, eu
sempre acabo te fazendo aquela pergunta que só te dá duas opções de resposta: o
que eu quero ouvir e o que eu vou te matar se ouvir.
Pergunto
por intriga, curiosidade e por sentir. Mas percebes logo de cara, lês minha
mente e desvendas minhas falsas insinuações. E como só pra me provocar
respondes aquilo que ficou subtendido que eu não queria escutar.
Mas
no fundo eu sabia que tua resposta seria essa. Assim como sabias que minha
pergunta intrigante seria aquela e que a resposta era apenas uma, mas que como
para me contrariar falas o oposto. Eu não entendo, brigo e faço bico. Tu ris,
me olhas e me amas. Se perdes ao contemplar meu ódio e minha birra, que
involuntariamente exala um charme, que faz brilhar teu olhar.
Risonhamente
você vem me mimar e me explicar que estava brincando, que a verdade era outra,
que a verdade era a minha verdade que também era a sua ao cruzar nossos
olhares.
Te
perdoou?! Ou devo me culpar por ter sido o inicio de todo o transtorno ao perguntar?!
Te
perdoou! Mas não te deixo saber. Faço drama e te reclamo.
E
te finjo bater, só pra me aproximar.
Te
encaro com fúria, só pra poder te olhar.
E
por fim te empurro sabendo que vais me agarrar em um abraço apertado que me faz
esquecer o teu responder insolente do meu previsível perguntar!
(Ingrid Vita - 18/05/2013)